Lição 4 - Quando se Vai a Glória de Deus.

  Notas de apoio para o Tópico 1

A palavra "Kavod" ocorre cerca de 189 vezes na Bíblia Hebraica (Tanak) e somando-se seus derivados, ocorrem 376 vezes. A ideia verbal de "peso" foi semanticamente estendida ao peso da reputação de uma pessoa e da própria pessoa, talvez muitas vezes com base no peso da riqueza ou na imponência do poder, ou realizações. Kavod é especificamente usado para a riqueza em Gn 31:1. É o substantivo comumente usado para a ideia de "honra", "respeito", "reputação" e "renome" (Gn 45:13; Pv 3:35; Pv 15:33).

É especialmente proeminente em Salmos (64 ocorrências) e Isaías (63), bem como em Êxodo (33), Ezequiel (25) e Provérbios (24). De todas as ocorrências, 114 são como verbo. Essa é uma raiz comum às línguas semíticas, aparecendo em todas as línguas, à exceção do aramaico, onde parece que yaqar é usado em seu lugar. O sentido básico é o de "ser pesado", um significado que só é raramente usado literalmente; o sentido figurado ("pesado com o pecado") é mais comum. A partir desse uso figurado há uma curta distância até o conceito de uma pessoa "de peso" na sociedade, alguém que é honrado, marcante, digno de respeito. Este último sentido prevalece em mais da metade das ocorrências.

Usa-se chamar alguma coisa de pesada, a fim de indicar sua severidade, com referência ao trabalho (Êx 5.9, etc.), à servidão (1 Rs 12.10, etc.), à guerra (Jz 20.34, etc.) e às epidemias (Gn 41.31, etc.). Três vezes expressa-se a severidade de tais infortúnios como se fosse a mão do Senhor a pesar sobre eles (1 Sm 5.6, 11; Sl 32.4). Da mesma maneira, as mãos de alguém podem ser pesadas sobre outrem (Jz 1.35, Jó 33.7). E também uma pessoa, mesmo sem necessariamente assim desejar, pode tornar-se um peso para outra (2 Sm 13.25, 2 Cr 10.10, 14; 25.19; Ne 5.15). Que a severidade da escravidão é, com frequência, indicada por meio da expressão figurada "jugo pesado" (1 Rs 12.4; 2 Cr 10.4, 11) torna ainda mais significativa a afirmação de Yeshua "o meu jugo é suave" (Mt 11.28).

Em outro principal grupo de conotações, o uso figurado do termo é levado ainda mais adiante. Neste caso, a ideia é de algo pesado no sentido de ser digno de menção ou marcante. Traduções usuais são "honroso, honrado, glorioso, glorificado".

A reputação da pessoa é de importância fundamental nesses usos. Assim sendo, a pessoa de elevada posição social e com a decorrente riqueza era automaticamente alguém honrado, ou de peso, na sociedade (Nm 22.15, etc.). Tal posição, suas riquezas e uma vida longa eram usualmente consideradas a justa recompensa de uma vida direita (1 Cr 29.28, etc.). Embora quem chegasse a atingir esse nível fosse automaticamente honrado, também está claro que se esperava que a pessoa fizesse jus a tal honra e glória. O livro de Provérbios deixa claro que os adornos de glória sem a correspondente magnitude de caráter era uma ofensa à vida (21.21; 22.4; 26.1, etc.).

Analogamente, pessoas em posição de responsabilidade e autoridade mereciam honra (Êx 20.12; Ml 1.6). É significativo recordar que dar honra ou glória é dizer que alguém é merecedor de respeito e obediência. Uma vida que com suas ações não respalda as palavras honrosas que a pessoa profere é hipocrisia em alto grau. Israel foi repetida vezes culpado de honrar a Deus com os lábios ao mesmo tempo em que, na prática, tratava-o como sem nenhum valor (Is 29.13).

A honra também é recebida como resultado de feitos heroicos de coragem, lealdade, etc. Os homens valorosos de Davi foram assim tratados (1 Rs 11.21, etc.). Essas foram pessoas que, sozinhas, fizeram o seu próprio nome. Nesta linha de raciocínio, Deus também deve ser honrado. O nome de Deus é glorioso em retidão, fidelidade, juízo e salvação (Sl 66.2; 79.9; Is 40.5). Ele é o rei da glória (Sl 24.7-10), que tem agido gloriosamente. Por isso ele deve ser honrado não somente devido a sua posição como cabeça soberano do universo, mas também devido a seu inigualável caráter em todas as áreas.

Mas antes de vermos mais informações sobre a "Glória de Deus" no próximo subtópico, falaremos um pouco sobre a famosa palavra "Shekináh".

Para ajudar a entender as manifestações específicas da glória de Deus, é importante entender o termo frequentemente usado, Shekináh.

Shekináh é uma transliteração de uma palavra hebraica que significa "aquele que habita". Esta palavra específica não é usada nas Escrituras, mas a palavra raiz shakan (h7931) (habitar) e a palavra relacionada mishkan (h4908) (tabernáculo), são ambas frequentemente usadas e ambas estão associadas com a presença de Deus (e Sua glória) habitando com o homem.

O significado da palavra Shekináh (Aquele que habita) nos lembra que não buscamos habitar com Deus, mas Ele conosco e esta verdade deve evocar contínua ação de graças naqueles que foram trazidos em aliança com Ele sob o abrigo de Suas asas. E assim, em Êxodo, vemos que foi Deus quem primeiro expressou Seu desejo de habitar entre os homens, instruindo Moisés a dizer ao povo lhe dando a seguinte ordem: ⇒

Ex 25:8 E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.

Ex 25:9 Conforme tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis.

Em seu excelente trabalho Passo a Passo do Messias, Fruchtenbaum escreve que...

A Glória Shekináh é a manifestação visível da presença de Deus. É a majestosa presença ou manifestação de Deus na qual Ele desce para habitar entre os homens. Sempre que o Deus invisível se torna visível, e sempre que a onipresença de Deus é localizada, esta é a Glória da Shekináh. O título usual encontrado nas Escrituras para a Glória da Shekináh é a glória de Jeová, ou a glória do Senhor. A forma hebraica é Kevod Adonai¹, que significa "a glória de Jeová" e descreve o que é a Glória da Shekináh. O título grego, Doxa Kurion,² é traduzido como "a glória do Senhor". Doxa significa "brilho", ou "esplendor", e descreve como a Glória da Shekináh aparece. Outros títulos dão a sensação de "morar", que retrata o que a Glória Shekináh faz. A palavra hebraica Shekináh, da raiz shachan, significa "habitar". A palavra grega skenoo, semelhante em som ao hebraico Shekináh (o grego não tem som de "sh"), significa "tabernáculo" ... No Antigo Testamento, a maioria dessas manifestações visíveis tomava a forma de luz, fogo ou nuvem , ou uma combinação destes. Uma nova forma aparece no Novo Testamento: o Verbo Encarnado. (Os Passos do Messias: Um Estudo da Sequência de Eventos Proféticos).

Obs: Abaixo segue as duas observações que sinalizamos no belo texto do Dr. Fruchtenbaum acima.

¹ Kevod Adonai é melhor traduzido por "glória do Senhor"

² Doxa Kurion não nos parece ser a construção grega para "a glória do Senhor", que neste caso, deve se colocar o vocábulo Kurion(que está no caso acusativo) no caso genitivo: Kuriou. Temos duas ocorrências dessa frase grega no NT

Lc 2:9 E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor (δοξα κυριου) os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.

2Co 3:18 Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor (την δοξαν κυριου), somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.


Notas de apoio para o Tópico 2

Uma série de referências do AT aponta para a "glória" do Senhor, uma delas se refere à luz visível associada com a presença real de Deus sendo experimentada. O brilho tem a ver com pureza. A associação de Yahweh com o fogo como um modo de teofania é comum (por exemplo, Pv 24:17; Is 4:5), enquanto os lábios de Isaías foram purificados por serem tocados por brasas do fogo do altar (Is 6:6).

O significado simbólico do fogo e da purificação é uma extensão do processamento de metais, pois a escória e as impurezas são queimadas. Da mesma forma, essa presença divina é concebida como ardente, livre de impurezas, porque o reino do divino é eterno, livre dos tipos de imperfeições que levam à decadência e à morte. A glória ao redor de Sião, que retornará, é um símbolo do povo se tornando ritualmente puro para que Yahweh possa habitar entre esses humanos novamente (Is 66:11). Kavod pode ser usado em sua honra e na grandeza de Quem Ele é, como no Sl 19:1, "Os céus proclamam a glória de Deus."

Inclui contar as coisas maravilhosas que Ele fez (Sl 96:3). Dar glória a Yahweh, portanto, se sobrepõe a louvá-Lo, pois atribuímos a Ele o mais incrível poder e grandeza, bem como pureza e perfeição, exaltando-O como o Soberano Supremo do universo.

Uma maneira de um povo honrar a Deus e dar-Lhe glória é confessando seus pecados e dizendo a verdade (Js 7:19), reconhecendo assim que Ele sabe tudo e é o perfeito Juiz justo de todos. Frequentemente, a glória do Senhor é descrita como sendo tão terrível que provoca uma resposta verbal de louvor (Sl 29:9) ou proclamação a outros das coisas incríveis que alguém viu. Para verdadeiramente dar glória a Deus ou glorificá-lo é necessário responder a Ele com todo o nosso ser.

Notas de apoio para o Tópico 2 Subtópico 1

Aparentemente, desde os dias em que a glória encheu o Tabernáculo de Moisés e mais tarde o Templo de Salomão, "a nuvem de glória Shekináh, a glória de Yahweh" tinha sido um lembrete visível da presença de Deus no Lugar Santo. Em Ezequiel 9-11 vemos a glória Shekináh partindo do Santíssimo Lugar entre os querubins e pairando sobre o limiar do templo.

O trecho "Subiu do querubim até o limiar" parece ser uma repetição de um movimento semelhante em Ez 9:3, onde Ezequiel registra que "a glória do Deus de Israel subiu do querubim em que estivera, até o limiar do templo." Ezequiel acrescenta mais tarde que "a glória do Senhor saiu do limiar do templo e parou sobre os querubins" (Ez 10:18), de onde "os querubins partiram" até que "pararam à entrada da porta oriental da casa do Senhor. E a glória do Deus de Israel pairou sobre eles" (Ez 10:1).

Notas de apoio para o Tópico 2 Subtópico 2

Se formos mais atentos, notaremos que essa saída da glória de Deus do templo, parece ter sido "imposta" a Ele. Ele não quer retirar-se, mas é despejado por um povo maligno. O privilégio supremo da religião é a presença de Deus, por mais indescritível que seja. A perda mais terrível é a remoção dessa presença. Mas Ezequiel deixa claro que a presença divina não se perde sem causa, mas apenas como consequência da busca inabalável do mal.

Os rabinos supõem que YHWH permaneceu três anos e meio no Monte das Oliveiras aguardando o povo se arrepender, o que não ocorreu, resultando em sua partida para a terra dos caldeus para estar com os exilados (Ez 11:24-25).

Vemos então um contraste marcante com a conclusão do tabernáculo e a conclusão e dedicação do Templo de Salomão, pois em ambos os casos a glória do Senhor encheu as estruturas, e foi a confirmação de que todo o trabalho para estabelecer a morada de Deus havia sido feito corretamente. Aqui em Ezequiel os estágios iniciais da partida da glória de Deus foram de certa forma também um testemunho de todo o mal que havia sido feito em Seu Templo, forçando-O a deixar Sua morada e Sua cidade amada.

Em Êxodo, Deus fez referência ao Tabernáculo afirmando: "Ali me encontrarei com os filhos de Israel, e será consagrado (separado do uso secular ou comum e para Deus e Seu uso) pela Minha glória" (Êx 29:43). Judá se recusou a ser consagrado ou separado por Sua glória Shekináh e até mesmo virou as costas para Sua glória no capítulo anterior, preferindo adorar a criação (o sol) ao invés do Criador. (Ez 8).

Quão triste é o contraste entre essas ações de apostasia dos líderes e as ações dos líderes espirituais por ocasião da conclusão do Templo de Salomão:

2Cr 7:1 E, acabando Salomão de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do SENHOR encheu a casa.

2Cr 7:2 E os sacerdotes não podiam entrar na Casa do SENHOR, porque a glória do SENHOR tinha enchido a Casa do SENHOR.

2Cr 7:3 E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do SENHOR sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o SENHOR, porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre.

Fecharemos essa nota lendo a advertência de Deus também dada na dedicação do primeiro Templo:

2Cr 7:19 Porém, se vós vos desviardes, e deixardes os meus estatutos e os meus mandamentos, que vos tenho proposto, e fordes, e servirdes a outros deuses, e vos prostrardes a eles,

2Cr 7:20 então, os arrancarei da minha terra que lhes dei, e lançarei da minha presença esta casa que consagrei ao meu nome, e farei com que seja por provérbio e mote entre todas as gentes.

2Cr 7:21 E, desta casa, que fora tão exaltada, qualquer que passar por ela se espantará e dirá: Por que fez o SENHOR assim com esta terra e com esta casa?

2Cr 7:22 E dirão: Porquanto deixaram o SENHOR, Deus de seus pais, que os tirou da terra do Egito, e se deram a outros deuses, e se prostraram a eles, e os serviram; por isso, ele trouxe sobre eles todo este mal.

Notas de apoio para o Tópico 2 Subtópico 3

Numa literatura judaica chamada "Q T. bab. Roshhashana", temos a informação de que os rabinos dizem que a glória de Deus se removeu dez vezes:

1) "Do assento de misericórdia até o querubim;

2) do querubim ao limiar;

3) do limiar para o tribunal;

4) do tribunal para o altar;

5) do altar ao telhado;

6) do telhado até o telhado;

7) da parede para a cidade;

8) da cidade para a montanha;

9) da montanha até o deserto;

10) e do deserto subiu e sentou em seu próprio lugar, de acordo com Oseias 5:15''

Os 5:15 28 "Partirei, voltarei ao meu lugar, até que sejam reduzidos a nada; e, depois disso, eles irão buscar a minha face."

Considerando as notas rabínicas e a narrativa bíblica, percebemos que Deus não se afastou 100% de uma vez. Quanto mais o povo pecava e não se arrependia, não confessando nem deixando (Pv 28:13), a misericórdia ficava mais impossibilitada de voltar ao povo eleito.

Desde os primórdios da humanidade, vemos Deus agir da mesma maneira com o homem. E quando este acaba de desobedecer, Deus ainda está por perto chamando-o: "Adão onde estás" (Gn 3:9).

Mesmo ao pecar, ainda era possível o homem ouvir a voz de Deus. Mas com o passar do tempo e o pecado aumentando, 2700 anos antes de Yeshua vir encarnar, nem ouvir a voz de Deus era possível mais:

"Is 59:1 EIS que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir.

Is 59: 2 Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça."

Mas ainda temos tempo de ouvir a voz de Deus nos últimos dias em que vivemos, uma vez que, em uma linguagem moderna, Deus irá sondar nossas atitudes em "uma verificação em duas etapas:"

1) Ouvir;

2) Abrir;

Ap 3:20 ACF (2011)" Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei até ele, e com ele cearei, e ele comigo.

É tão forte a necessidade de ouvir a voz de Deus que esse é único conselho comum em todas as sete cartas das igrejas apocalípticas: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas."

Portanto, não deixemos Deus sair do Seu templo (1Co 3:16) para ficar no "monte das Oliveiras".

Notas de apoio para o Tópico 3 Subtópico 1

Antes de darmos mais detalhes sobre o segundo templo, em rápidas palavras resumiríamos a história desde edifício da seguinte maneira:

1) Construída sob a direção de Zorobabel após o retorno dos judeus da Babilônia.

2) Profanado por Antíoco IV (Epífanes).

3) Depois purificado e rededicado por Judas Macabeu em 165 a.C. (na primeira festa de Hanukkah).

4) Ampliado por Herodes, o Grande (de 20 a.C. - 64 d.C.).

5) Destruído pelos árabes em 70 d.C.


Após setenta anos de cativeiro na Babilônia que Deus havia profetizado (2Cr 36:21; Jr. 25:11; 29:10; Dn. 9:2), e como Deus havia profetizado por Isaías (Is. 44:24-5:7), Ciro foi usado por Deus para libertar os judeus para voltarem para Jerusalém e reconstruir o Templo (Ed 1:2; 3:7; 4:3; 5:13; 6:3, 14). Quando os judeus voltaram da Babilônia, os artigos do Templo que haviam sido levados por Nabucodonosor foram devolvidos (Ed 1:7; 6:5).

Depois que os judeus reconstruíram o Templo, não há indicação de que a presença de Deus tenha morado lá como no Tabernáculo ou Templo de Salomão. A presença de Deus acabaria chegando ao Segundo Templo, mas de uma forma que os judeus não reconheceriam (Jo 1:14).

Segundo Randall Price, a destruição do Templo de Salomão e a subsequente construção do Segundo Templo não exigia uma cerimônia de purificação, como foi feito mais tarde após a profanação de Antíoco IV.

Já Martin Gilbert vai nos dizer que o sacrifício foi retomado no local do Segundo Templo enquanto a construção estava em andamento.

Notas de apoio para o Tópico 3 Subtópico 2

Quando Herodes foi proclamado Rei da Judeia pelo Senado Romano (40 a.C.), ele retornou à "Palestina Romana" e começou a reconquistar o país enquanto liquidava a dinastia dos Hasmoneus. Durante este período, ele iniciou um projeto para reconstruir o Segundo Templo. Na obra "Ready to Rebuild" na página 65, Ice e Price dizem: "Herodes começou a reconstruir o Templo em 19 a.C., e o trabalho foi dedicado dez anos depois, embora o trabalho detalhado tenha continuado pelos próximos 75 anos."

Era o Segundo Templo reconstruído, "Templo de Herodes", ao qual a glória do Senhor retornaria. Durante o ministério de Yeshua, Ele reconheceu o Segundo Templo como sendo a "casa do Pai" (Lc 2:49; João 2:16). Foi nos dias de Yeshua que a glória do Senhor (Jo 1:14) retornou ao Seu Templo (Mt 12:6; 21:23), mas mais uma vez o pecado resultou na partida da glória - como Yeshua deixou o Templo para o Monte das Oliveiras, refazendo os passos da partida da glória nos dias de Ezequiel (Mt. 23:38-39; 24:3; Lc 13:35).

Embora Yeshua tivesse indicado anteriormente que o Templo era a casa do Pai (Lc 2:49; Jo 2:16), em Sua partida final do Templo, Ele se referiu a este edifício como "vossa casa", indicando estar sendo deixada desolada (Mt. 23:38), uma indicação de que seria destruído (Mt. 24:2).

Na crucificação, quando o Cordeiro de Deus (Is 53:7; Jo 1:29; 1Pe. 1:19; Apc. 5: 6) foi oferecido na cruz, Deus criou um novo e vivo caminho para o homem se aproximar dEle.

Notas de apoio para o Tópico 3 Subtópico 3

Em nossa revista é citada a referência de Jo 1:14.

Jo 1:14:" E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.

Quando Deus escolheu se tornar carne e habitar entre nós, a glória que Ele desfrutou no céu foi velada, mas havia outra glória que se tornou visível para aqueles que tinham olhos para ver. É sobre isso que João está falando quando nos diz que "vimos a Sua glória".

Norman Geisler explica a glória de Jesus - Jesus "lançou Seu tabernáculo" entre nós remonta ao tabernáculo do AT das peregrinações de Israel no deserto. O povo de Deus havia sido instruído a erguer o tabernáculo como um lembrete de que a morada de Deus estava entre eles. Êx 25:8 cita Deus dizendo: "E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. (Heb = shakan = raiz de Shekináh = nuvem de glória; Shakan significa estabelecer-se, permanecer, habitar). Portanto, assim como Deus anteriormente habitou entre seu povo nos tempos do AT no tabernáculo erguido para ele, agora, em um sentido mais amplo, ele passou a residir na terra em um tabernáculo de carne humana. Além disso, o uso de João da palavra grega eskenosen ("armou seu tabernáculo") torna-se ainda mais significativo quando se percebe que a glória que resultou da presença imediata do Senhor no tabernáculo passou a ser associada à Shekináh, palavra que se refere ao esplendor, glória ou presença de Deus habitando no meio de seu povo. Quando Cristo se tornou carne (Jo 1:14), a gloriosa presença de Deus foi totalmente incorporada Nele, pois Ele é a verdadeira Shekináh. A mesma glória que Moisés contemplou no tabernáculo em Êx 40:34-38 foi revelada na pessoa de Jesus Cristo no Monte da Transfiguração (Mt 17). (Geisler, NL, & Rhodes, R. Quando os cultistas perguntam: Um manual popular sobre interpretações erradas do culto).

João estava no monte da transfiguração e certamente não teria esquecido desse evento, embora ele não conte sobre isso em seu evangelho! Mas ele também está se referindo à glória de Yeshua revelada em Seus milagres, mas apenas para aqueles que tinham olhos para ver. Depois que Yeshua transformou a água em vinho, João relata (Jo 2:11), "Yeshua principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.

Antes de Yeshua ressuscitar Lázaro dentre os mortos, Ele disse (Jo 11:4), "Esta doença não é para a morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela".

E, no entanto, mesmo depois desse incrível milagre, os líderes judeus aumentaram seus esforços para matar aquele que é a ressurreição e a vida! Mas João também mostra que a glória de Yeshua foi supremamente revelada na cruz. Quando Judas saiu do Cenáculo para trair o Salvador, Yeshua disse (Jo 13:31): "Agora é glorificado o Filho do homem, e Deus é glorificado nele." A cruz mostrou a justiça perfeita de Deus e o amor maravilhoso como nenhum outro evento na história.

Notas de apoio para o Tópico 4 Subtópico 1

Na Bíblia, três tipos de pessoas viviam em tendas: pastores, peregrinos e soldados. Eles viviam em tendas porque nunca ficavam muito tempo em um lugar. Yeshua viveu na "tenda" da sua humanidade durante 33 anos na terra porque também ele foi pastor, peregrino e soldado. Ele veio para ser o Bom Pastor, veio do céu como visitante e veio como o Capitão da nossa Salvação para derrotar o diabo de uma vez por todas. Yeshua foi a missão de resgate de Deus para humanidade. Ele veio em uma missão de Deus. Quando sua missão terminou, ele voltou para o céu. Enquanto ele estava aqui, ele armou sua tenda entre nós. Quando seu tempo acabou, ele pegou sua tenda de carne humana e se juntou ao seu Pai no céu.

Notas de apoio para o Tópico 4 Subtópico 2

Mt 12:6 Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo.

Mas eu digo a você que algo maior que o templo está aqui - Os fariseus teriam sido forçados a reconhecer que o Templo, em certo sentido, "santificou" certos tipos de trabalho dos sacerdotes no sábado. A palavra que Yeshua usa para Templo é hieron, que se refere à estrutura total do Templo, que incluiria o naos, o santuário interno. Yeshua é maior que o Templo, pois é apenas um edifício. Mas em João "Yeshua respondeu-lhes: destruí este templo, e em três dias o reerguerei". Os judeus então disseram: "Levou quarenta e seis anos para construir este templo, e você o levantará em três dias?" Mas Ele estava falando do templo do Seu corpo." (Jo 2:19-21).

Guzik vai nos dizer: Jesus era realmente maior que o templo. Considerando o quão alto o templo era considerado nos dias de Jesus, esta foi uma declaração chocante. No entanto, o templo como era nos dias de Jesus não tinha a arca da aliança, aquela importante demonstração do trono e da presença de Deus. No entanto, Jesus foi uma demonstração muito maior da presença de Deus - Ele era Deus feito carne! O templo também não tinha a Shekináh, o Urim e Tumim, e o fogo sagrado do céu. No entanto, Jesus é todas essas coisas para nós; Ele é certamente maior que o templo.

Aqui não ficará pedra sobre pedra - Yeshua previu a destruição completa e total do Templo, uma profecia que se cumpriu em 70 d.C. Yeshua havia predito metaforicamente da destruição do "Templo" de Seu corpo (Jo 2:19, Mc 14:58, Atos 6:14), mas agora Ele falou de uma destruição literal do templo sagrado, não Seu corpo santo. Embora algumas das pedras colocadas por Herodes, o Grande em sua expansão do complexo do Templo, ainda sejam visíveis no canto sudeste do Monte do Templo, isso não invalida o cumprimento literal da profecia de Yeshua, porque Ele foi referindo-se às pedras do Templo real do qual não resta uma pedra sobre outra.

Nem uma pedra... sobre outra (literalmente = "pedra sobre pedra") - Na versão de Mateus, Yeshua usa uma forte dupla negativa (gr. ou me) significando que absolutamente nenhuma pedra do Templo permaneceria em seu lugar. Sua ênfase negativa é ainda mais forte em Marcos 13:2, pois Ele usa a dupla negativa duas vezes - "Absolutamente não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada." Sua previsão foi declarada tão dogmaticamente quanto poderia ser declarada no grego original!

John MacArthur acrescenta que as palavras de Jesus de que nenhuma pedra aqui será deixada aqui "seriam cumpridas literalmente em 70 d.C., quando os romanos, os meios humanos da ira divina (Observe este ponto! "Nabucodonosor ... Meu servo" = Jr 25:9, 27:6), ergueu andaimes ao redor das paredes do templo e seus edifícios, encheu-os de madeira e outros materiais inflamáveis ​​e incendiou-os. O calor intenso das fogueiras fez com que as pedras desmoronassem. Depois que foi desmontado e peneirado para encontrar todo o ouro derretido, os escombros foram jogados no Vale do Cedron. Apenas as enormes pedras fundamentais permaneceram praticamente intactas. Essas pedras, no entanto, não faziam parte do Templo em si, mas suportes para o muro de contenção." (Lucas 18-24 MacArthur New Testament Commentary).

Hiebert - O Templo foi realmente destruído pelo fogo, contrariando a ordem de Tito, que esperava poupar o edifício; mas mais tarde, ele deu ordens para demolir toda a cidade e o Templo. (Flávio Josefo, Guerras dos Judeus 6.1-6.92; Flávio Josefo, Guerras dos Judeus 7.1.1).

Leon Morris tem um ponto de aplicação em relação à destruição do belo Templo - Jesus está deixando claro que, embora o templo fosse, sem dúvida, um edifício maravilhoso, os discípulos não deveriam ser seduzidos por sua beleza. O que importa é que o povo de Deus viva uma vida piedosa. Quando não o fazem, o desastre de alguma forma é inevitável. (Comentário do Pilar NT)

Notas de apoio para o Tópico 4 Subtópico 3

Nossa revista nos traz uma frase interessante do evangelho de Mateus: "o véu do templo se rasgou em dois: de alto a baixo".

Podemos tirar algumas lições desse trecho (Mt 27:51a). Uma delas é que os santos de Deus não dependem mais de sacerdotes para fazer mediação entre eles e Deus. Yeshua nos deu essa autoridade quando morreu, ou seja, nos fez sacerdotes, verdade expressa no simbolismo do véu se rasgando.
Os textos que corroboram isso são:

1Pe 2:5 vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo.

1Pe 2:9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;

Ap 1:6 e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!

Ap 5:10 E para o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos sobre a terra.

No contexto de Apc 5, os reis e sacerdotes são os 24 anciãos, ou seja, nós, a Igreja. Nessa cena celestial, a Igreja já foi arrebatada antes da tribulação, visto que os 24 anciãos são uma entidade celestial e estão no céu antes de o livro ser aberto, "startando" assim a Grande Tribulação.

Toda essa verdade relatada nestes quatro versos pelos apóstolos Pedro e João (duas vezes cada) não seria possível se o Apóstolo de Hb 3:1 não provocasse o rasgar do véu em Mt 27:51. Sendo assim, o Sumo Sacerdote da nossa confissão pôde nos dar um lugar privilegiado: o acesso ao santíssimo lugar da presença do Eterno.

Todo trajeto de retorno a Deus é traçado pelo próprio Deus.

Nossos primeiros pais tentaram resolver o problema das suas vergonhas (que simboliza pecado revelado) fazendo roupas de folhas de figueira (Gn 3:7). Mas é o próprio Deus quem provê suas vestes (Gn 3:21).

Toda providência é divina. O plano de salvação se apresenta em três etapas para o pecador:

1) O Pai estabelece o plano para o Filho salvar o pecador;

2) O Filho executa o plano para o Espírito operá-lo no pecador arrependido;

3) O Espírito Santo aplica o plano no arrependido inserindo-o no corpo de Yeshua.

Uma vez estando no corpo de Cristo, podemos, sim, ter acesso diretamente à presença de Deus.

As vestimentas são de Deus, a providência é de Deus, quem nos justifica é Deus (Rm 8:33).

Embora a glória que temos hoje, que não impede que padeçamos, que não nos isenta de aflições, não se compara com a glória que em nós há de ser revelada. (Rm 8:18).


Leandro di Paula - 29/09/22

Inscreva-se nos nossos grupos de suporte do nosso canal.

🎺 Escatologia (Grupo Harpazados) ==➤ https://leandrodipaula.webnode.page/regras-e-acesso-grupo-harpazados/ 

⚔🛡️ Apologética (Grupo Defensores do Evangelho) ==➤ https://leandrodipaula.webnode.page/regras-e-inscricao-do-defensores-do-evangelho/


LEANDRO DI PAULA
Todos os direitos reservados 2023
Powered by Webnode
Create your website for free! This website was made with Webnode. Create your own for free today! Get started