Uma proposta para o significado 

da Última Trombeta Parte 1.

Gostaríamos de apresentar uma proposta para o real significado da expressão "última trombeta" que o apóstolo Paulo usa em 1Co 15:52.

Antes de mais nada, será interessante nós observarmos um hábito de escrita que Paulo possui.

Primeiramente, quais são as audiências de Paulo em Corinto?

Resp: Gentios e Judeus.

Neste MESMO CAPÍTULO, Paulo vai usar expressões conhecidas DESTES DOIS PÚBLICOS.

Gentios:

1Co 15:33 ACF2007 Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.

Citação da poesia grega chamada "Taís" do poeta grego Menandro do Séc. IV a.C.

Judeus:

1Co 15:22 Porque, assim como todos morrem em Adão,  assim também todos serão vivificados em Cristo.

(Adão é um personagem dos escritos judaicos). 

Esse fenômeno ocorre DENTRO DO VERSO 52 (ANTES DA CITAÇÃO DA ÚLTIMA TROMBETA).

Antes de analisarmos isso, observemos este verso:

👇👇👇

Gl 4:6 E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.

Temos dois povos aqui.

Αββα = aramaico

πατηρ = grego

As duas expressões querem dizer a mesma coisa: PAI.

Paulo ainda tem outro hábito de escrita parecido com esse de Gálatas 4:6. Aqui em 1Co 15:52 e em Gálatas 4:6, Paulo repete duas vezes a mesma coisa para dois povos. Em outras referências, Paulo apresenta vários argumentos para falar a mesma coisa. É o caso de 1Co 13:1-3 e Filipenses 4:10-13.

1 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos (1º argumento),

e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, (2º argumento);

 e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência (3º argumento);

e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes (4º argumento);

e não tivesse amor, nada seria.

3 - E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres (5º argumento); 

e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado (6º argumento); e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
1 Coríntios 13:1-3

Achamos 6 pontos para falar apenas uma coisa: Sem amor, não somos nada.

Agora vejamos o texto de Filipenses 4:12-13.

11 - Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 - Sei estar abatido, e sei também ter abundância; (1º argumento);

em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome (2º argumento); 

tanto a ter abundância, como a padecer necessidade (3º argumento).

13 - Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.
Filipenses 4:11-13 

Aqui detectamos 3 argumentos onde Paulo mostra que capacidade de viver bem está no fortalecimento em Cristo.

Voltemos para 1Co 15 com esse fato em mente: Paulo fala para dois povos dentro do corpo de Yeshua.

Agora que já nos ambientamos com isso, o entendimento do verso 52 ficará mais límpido para nós.

Vejam: ESTOU USANDO O MESMO ESCRITOR!

1Co 15:52 ACF2007

A) Num momento,

B) Num abrir e fechar de olhos,

C) Ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.

A) NUM MOMENTO.

Vamos entender isso??

1Co 15:52 WH

εν ατόμο

Essa é a famosa palavra "ÁTOMO".

ατομος

α = Partícula NEGATIVA.

τομος = dividir ou cortar.

Sem contexto, ατομος não significa MOMENTO, mas de modo geral algo NÃO DIVISÍVEL.

MAS O QUE NO CONTEXTO É NÃO DIVISÍVEL??

O contexto + contexto e também o contexto respondem.

Essa é uma palavra grega (audiência gentia de Corinto).

Os gentios ali, logo entenderam o mistério.

Adiantando... a palavra ατομος (no texto é εν ατομο) significa NUM MOMENTO.

E sabemos que "átomo" significa "momento" neste verso por causa da frase que a segue, que por sua vez é uma frase usadas pelos judeus.

B) Num abrir e fechar de olhos;

ἐν ριπε οφθαλμου = Num piscar de olhos.

Essa expressão é um uso idiomático usado pelos judeus pra se reportarem ao momento EXATO E INCALCULÁVEL DA TRANSIÇÃO DE UM DIA PARA OUTRO (LÁ O DIA COMEÇA ÀS 18h).

Os judeus regulamentam esta troca através por PÔR-DO-SOL.

John gill diz: "um momento é como um piscar de olhos". Esta frase, como um piscar de olhos, é frequentemente usada nos escritos judaicos, para significar com que rapidez e de repente qualquer coisa é feita, e qual é o propósito disso aqui;

 T. Bab. Beracot, fol. 2. 2. Sabbat, fol. 34. 2. Zohar in Gen, fol. 38. 4. & 39. 1. & 65. 4. Caphtor, fol. 75. 2. Bereshit Rabba, sect. 77. fol. 67. 4.

Vamos então analisar uma das referências dada acima pelo grande calvinista Gill.

==> Berachot 2 , Shabat 34

A página de hoje do Talmud trata do tema "crepúsculo", conhecido em hebraico como Bein Hashmashot. Ainda não é bem noite, e certamente ainda não é dia, então o que pode e não pode ser feito durante esse período na tarde de sexta-feira? O Shabat começou, caso em que o trabalho é proibido, ou ainda é tecnicamente sexta-feira, caso em que o trabalho é permitido?

שבת לד, ב

תָּנוּ רַבָּנַן: בֵּין הַשְּׁמָשׁוֹת סָפֵק מִן הַיּוֹם וּמִן הַלַּיְלָה, סָפֵק כּוּלּוֹ מִן הַיּוֹם, סָפֵק כּוּלּוֹ מִן הַלַּיְלָה - מְטִילִין אוֹתוֹ לְחוֹמֶר שְׁנֵי יָמִים

Os Sábios ensinaram um baraita que discute a gama de problemas que surgem em relação ao período do crepúsculo. O crepúsculo é um período de incertezas. É incerto se consiste tanto de dia como de noite, é incerto se é completamente dia e é incerto se é completamente noite. Portanto, os Sábios impõem as restrições de ambos os dias sobre ele. Se houver uma restrição que se aplique em qualquer um dos dias, a pessoa é obrigada a cumpri-la durante o período do crepúsculo.

Por enquanto, tudo bem. Mas quando esse período liminar começa e termina? Existem pelo menos três opiniões:

מִשֶּׁתִּשְׁקַע הַחַמָּה כָּל זְמַן שֶׁפְּנֵי מִזְרָח מַאֲדִימִין. הִכְסִיף הַתַּחְתּוֹן וְלֹא הִכְסִיף הָעֶלְיוֹן - בֵּין הַשְּׁמָשׁוֹת. הִכְסִיף הָעֶלְיוֹן וְהִשְׁוָה לַתַּחְתּוֹן - זֶהוּ לַיְלָה, דִּבְרֵי רַבִּי יְהוּדָה 

Desde quando o sol se põe, desde que a face oriental do céu seja avermelhada pela luz do sol. Se o segmento inferior do céu perdeu sua cor, e o segmento superior ainda não perdeu sua cor, esse é o período do crepúsculo. Se o segmento superior perdeu sua cor, e sua cor é igual à do inferior, é noite; esta é a declaração do Rabino Yehuda. 

רַבִּי נְחֶמְיָה אוֹמֵר: כְּדֵי שֶׁיְּהַלֵּךְ אָדָם מִשֶּׁתִּשְׁקַע הַחַמָּה חֲצִי מִיל

Rabino Nechemya diz: A duração do período do crepúsculo é o tempo que uma pessoa leva para andar meio milímetro depois que o sol se põe. 

רַבִּי יוֹסִי אוֹמֵר : בֵּין הַשְּׁמָשׁוֹת כְּהֶרֶף עַיִן,זֶה נִכְנָס וְזֶה יוֹצֵא, וְאִי אֶפְשָׁר לַעֲמוֹד עָלָיו

Rabino Yossi diz: Crepúsculo não dura por um período de tempo quantificável; antes, é como um piscar de olhos: isto, noite, entra e aquilo, dia, sai, e é impossível calculá-lo devido à sua brevidade.

RABIY YOSSIY OMER: BEYN HASHSHEMASHOT KEHEREF AYIN, ZEH NICHNAS VEZEH YOTSE, VEIY EFSHAR LAAMOD ALAIYV.

Já conhecemos a opinião do Rabino Yossi na primeira página do Talmud. Trata da obrigação de recitar três passagens da Torá chamadas shemah. Eles devem ser recitados "ao se deitar à noite e ao levantar-se pela manhã" (Deuteronômio 6: 7). Os rabinos debatem quando será esse horário e os relacionam a vários eventos, incluindo o nascer e o pôr do sol. Esses dois eventos solares são relativamente fáceis de concordar. Mas e aquele período logo após o pôr do sol e antes do anoitecer, que chamamos de crepúsculo? Ou aquele período logo antes do nascer do sol e depois da noite, que chamamos de amanhecer? A definição desses períodos de tempo é muito mais subjetiva, uma vez que dependem dos tons de luz, ao invés da posição do sol no horizonte.

Como vimos, existem várias opiniões sobre quando esses períodos liminais começam e terminam, incluindo a do Rabino Yossi, que ressaltou a subjetividade de todo o empreendimento.

https://www.talmudology.com/jeremybrownmdgmailcom/2019/12/28/berachot-2b-sunrise-sunset#

Sobre ριπη, Marvin Vincent diz: "Originalmente, o balanço ou força com que uma coisa é lançada; um golpe ou batida. Usado nos clássicos do ímpeto de uma tempestade, o bater de asas; o zumbido de um mosquito; o estremecimento de uma corda de harpa; o cintilar das estrelas. Geralmente de qualquer movimento rápido, como os pés na corrida ou o dardo rápido de um peixe."

Mas A HORA EXATA (O MILÉSIMO EXATO É IMPERCEPTÍVEL).

É num ÁTOMO DE TEMPO!!!

(TEMOS JUDEUS E GREGOS ENTENDENDO AGORA).

Ou seja, FALAR DE ÁTOMO E ABRIR E FECHAR DE OLHOS EM 1Co 15:52 É FALAR DA MESMA COISA.

C) ANTE A ÚLTIMA TROMBETA.

De onde Paulo tirou essa última trombeta?

Se o arrebatamento é referido aqui, alguns escatólogos buscarão apoio em NÚMEROS 10.

Nm 10:1-2 ACF2007

1 FALOU mais o Senhor a Moisés, dizendo:

2 Faze-te duas trombetas de prata; de obra batida as farás, e elas te servirão para a convocação da congregação, e para a partida dos arraiais.

Notem: DE PRATA.

(Prata é símbolo de.... Redenção).

Nm 10:3 ACF2007 E, quando as tocarem, então toda a congregação se reunirá a ti à porta da tenda da congregação.

1° toque = Reunião.

Nm 10:4 ACF2007 Mas, quando tocar uma só, então a ti se congregarão os príncipes, os cabeças dos milhares de Israel.

Ainda temos uma REUNIÃO.

Nm 10:5 ACF2007 Quando, retinindo, as tocardes, então partirão os arraiais que estão acampados do lado do oriente.

RETININDO = PARTIDA.

A palavra no texto hebraico traduzida para "retinindo" é תְּרוּעָ֑ה = TERUAH.

E OS SENHORES CONHECEM ESSA PALAVRA?

Teruah é um dos nomes da FESTA DE TROMBETAS.

Vamos então apresentar a versão que ganhou força nos últimos anos dentro da Escatologia Bíblica, que é a aplicação profética das Festas do Senhor dentro campo escatológico.

YOM TERUAH

Vamos observar ainda mais um verso de Nm 10.

Nm 10:6 ACF2007 Mas, quando a segunda vez retinindo, as tocardes, então partirão os arraiais que estão acampados do lado do sul; retinindo, as tocarão para as suas partidas.

Nm 10:7 ACF2007 Porém, ajuntando a congregação, as tocareis; mas sem retinir.

Notaram a ênfase?

Ao retinir, o povo deve partir (no TERUAH).

Primeiro toque da trombeta: AJUNTAMENTO.

ÚLTIMO TOQUE DA TROMBETA = PARTIDA.

Agora outra nota super importante:

A festa de trombeta é a única festa que: NINGUÉM SABE O DIA E A HORA.

Ela dependia do aparecimento da LUA NOVA no Céu de Jerusalém.

E isso deveria ser confirmado por DUAS TESTEMUNHAS NO TEMPLO EM JERUSALÉM.

A saber... DOIS SACERDOTES.

Na festa de trombetas temos 100 toques:

33 toques do teruah;

33 toques do Shevarim;

33 toques do tekiah;

E 1 toque da Tekiah HA GEDOLAH:

(ÚLTIMO TOQUE DA FESTA).

Alguns pré tribulacionistas afirmam que Paulo está usando a Festa de Trombetas aqui, sugerindo que a expressão "última trombeta", ou seja, a Tekiah Ha Gelodah, aponta para um momento imperceptível, momento cujo dia e a hora ninguém sabe: "uma partida que ninguém sabe quando ocorrerá."

Nota do autor do artigo: Confesso que usei essa linha sobre a Festa de Trombetas por um bom tempo em prol do arrebatamento pré tribulacional, mas isso aparenta mostrar um problema: Ninguém sabe o dia e a hora do 1º toque da festa, e não do último, abrindo assim o ano civil judaico, no dia 1º de Tishri. Uma vez iniciado o Yom Teruah, é possível saber o DIA E A HORA DO TOQUE DA ÚLTIMA TROMBETA da Festa de Trombetas, e isso é fatal para quem entende que Yeshua fala do arrebatamento em Mt 24:36.

Precisamos então verificar se há outra possibilidade para a questão da última trombeta que não venha ferir o caráter geral dos pormenores do arrebatamento. 

O que parece na verdade é que Paulo pode estar utilizando uma trombeta militar dos dias do Império Romano.

Vejamos o que Henry Ironside tem a dizer sobre isso em seu comentário sobre 1Co 15:52. 

Quando um acampamento romano estava para ser desfeito, fosse no meio da noite ou de dia, uma trombeta era tocada.

A primeira explosão significava: "Ataque as tendas e prepare-se para partir".

A segunda significava "entrar na linha",

e quando o que foi chamada de "última trombeta" era soada, significava "marchar para longe".

O apóstolo usa essa figura e diz que quando soar a última trombeta desta era da graça, seremos chamados para estar para sempre com o Senhor.

 Esta trombeta é um termo militar. A primeira trombeta ordenou aos exércitos que se levantassem e se preparassem; a última trombeta ordenou que eles partissem, era o sinal para marchar.

BÍBLIA ANOTADA ARNO C. GABELEIN, um metodista dispensacionalista.

John MacArthur explica o quebra-cabeça da trombeta em seu excelente estudo do Apocalipse:

A sétima trombeta cobre um longo período de tempo, distinguindo-a assim do evento instantâneo ("em um momento, em um piscar de olhos") da "última trombeta". Em vez de convocar o momento do Arrebatamento da igreja, como a "última trombeta" faz, a sétima trombeta faz chamada para ondas prolongadas de julgamento sobre os ímpios. Ela não apresenta paralelo com a trombeta de 1 Coríntios 15:52 , mas sim com a trombeta de Joel 2: 1 , 2: " Tocai a trombeta em Sião, e dar um alarme no meu santo monte! Que todos os habitantes da terra estremecem, porque o dia do Senhor está chegando; certamente está próximo, um dia de trevas e escuridão, um dia de nuvens e trevas densas."(John MacArthur, Apocalipse 1-11: The MacArthur New Testament Commentary Chicago, IL: Moody Press, 1999.).

"O último toque, soará como trombeta, o que indica alguns retornos militares. Como os soldados que partiram estavam na localidade, quando a trombeta soou pela manhã, eles adormeceram, e em outra trombeta eles se alinharam, e ao som da última trombeta eles caminharam."

BENJAMIN BENKERTEN (árabe).

Notas críticas e explicativas do Comentário homilético completo do pregador nos diz em 1Ts 4:16:

"A trombeta aqui, como aquela em 1Co 15:52 , é a trombeta militar."

Se Paulo realmente não tinha a Festa de Trombetas em mente aqui, parece-nos razoável que ele esteja de fato se reportando a trombeta militar dos exércitos romanos.

O curioso é que o apóstolo Paulo só fala de trombetas 3 vezes: 1Co 14:8; 1Co 15:52; 1Ts 4:16.

Em 1Co 15:52 temos a expressão "Última Trombeta"; em 1Ts 4:16 "Trombeta de Deus"; e a terceira e última vez é uma explícita referência militar. Eis o texto:

Pois se a Trombeta der um som incerto, quem se preparará para a batalha?

(1 Coríntios 14: 8).

Aqui Paulo apresenta esta trombeta militar metaforicamente para tratar de algo espiritual, ou seja, para exemplificar o correto uso das línguas numa reunião cristã. O mais interessante disso é que Flavio Josefo, historiador do 1º século nos diz que o exército romano não fazia nada se não fosse por toques de trombetas. Vamos ver o que Josefo diz:

"3. Depois de terem se assegurado dessa forma, eles vivem juntos por companhias, com tranquilidade e decência, como todos os seus outros negócios são administrados com boa ordem e segurança. Cada grupo também tem sua lenha e seu trigo, e sua água os traz, quando precisam deles; pois não jantam nem jantam como lhes agrada, individualmente, mas todos juntos. Seus horários também para dormir, observar e levantar são avisados ​​de antemão pelo som de trombetas, nem nada é feito sem tal sinal; e pela manhã os soldados vão cada um aos seus centuriões, e estes centuriões aos seus tribunos, para saudá-los; com quem todos os oficiais superiores vão para o general de todo o exército, que então lhes dá, é claro, a senha e outras ordens, ser por eles levado a todos os que estão sob seu comando; o que também é observado quando eles vão lutar, e assim se voltam repentinamente, quando há oportunidade para fazer surras, como voltam quando são chamados também em multidões.

4. Agora, quando eles devem sair de seu acampamento, a trombeta dá um som, no qual ninguém fica quieto, mas na primeira insinuação eles desarmam suas tendas, e tudo está pronto para sua saída; em seguida, faça soar as trombetas novamente, para ordenar que se preparem para a marcha; então eles colocam sua bagagem repentinamente sobre suas mulas e outros animais de carga, e se posicionam, como no ponto de partida, prontos para marchar; quando também atearam fogo ao acampamento, e isso o fazem porque será fácil para eles erguer outro acampamento, e isso pode nunca ser útil para seus inimigos. Então as trombetas dão um som pela terceira vez, para que saiam, a fim de excitar os que por qualquer motivo se atrasam, para que ninguém saia de sua fileira quando o exército marchar. Então o pregoeiro fica à direita do general e pergunta-lhes três vezes, em sua própria língua, se agora estão prontos para sair para a guerra ou não? Ao que eles respondem sempre, com uma voz alta e alegre, dizendo: "Estamos prontos." E isso eles fazem quase antes que a pergunta lhes seja feita: eles fazem isso cheios de uma espécie de fúria marcial e, ao mesmo tempo em que gritam, levantam também a mão direita." (AS GUERRAS DOS JUDEUS. Livro III, Capítulo 5.)

Logo, ao chamar esta trombeta de "última", Paulo não está se referindo às sete trombetas de Jericó, nem às sete do Apocalipse (escritas décadas depois de 1Co), nem às sete que os Rabinos imaginaram e que, segundo eles, devem dar o sinal para cada uma das sete fases do ato da ressurreição.

Essa expressão era muito familiar para as pessoas que viviam nos dias de Paulo. Era de uso comum em conexão com o exército romano.

E assim encerramos a parte 1. 

No dia 31 de outubro de 2020 após nossa live, estaremos postando o link do artigo da parte 2.

Leandro di Paula, 15 de outubro de 2020, Rio de Janeiro.

LIVE - A ÚLTIMA TROMBETA (LIVE 1) 17/10/2020

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