E NÃO SEJAM PERDOADOS SEUS PECADOS?
Jo 12:40 "Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos nem entendam com o coração, nem se convertam e Eu os cure."
Em Mc 4:12 a expressão:
αὐτοῖς τὰ ἁμαρτήματα
( SEUS PECADOS)
aparece nos Manuscritos;
Alexandrinus (Séc. V);
Claromontanus (Séc. VI);
Mosquensis (Séc. IX);
Coridethianus (Séc. IX);
Petropolitanus (Séc. IX);
Siríaca (Séc. IV - VII);
dentre outras.
Já os Unciais:
Sinaíticus (Séc. IV);
Vaticanus (350 d.C);
Ephraemi rescriptus (Séc. V);
Versão copta (Séc. III -IV) e Westcott and Hort;
Não trazem o trecho "αυτοις τα αμαρτηματα".
Embora em sentido espiritual, "RAFÁ - CURAR" pode trazer um entendimento de perdoar pecados (Sl 41:4), o Targum de Jonathan traz essa frase (perdoar seus pecados) em Isaías 6:10. Cristo de fato pode ter dito isso porque na Sinagoga, de acordo com a tradição judaica, um sacerdote lia o texto hebraico e em seguida apresentava uma paráfrase oral no aramaico, que era o vernáculo local do período do Novo Testamento.
Esse par de "leitura mais paráfrase" pode ser notado desde os dias de Esdras, após o retorno do cativeiro babilônico. Nesse período, os judeus falavam a língua aramaica, e quando Esdras leu o livro da Lei EM HEBRAICO, 13 homens mais os levitas, declarava, e explicava o sentido, fazendo que, lendo, o povo entendesse (Neemias 8:7-8).
Então, há essa forte evidência de que essa parte final de Marcos 4:12 "e sejam perdoados seus pecados" fosse conhecida como paráfrase nos dias de Cristo, visto que esse trecho está no Targum de Jonathan. Esse fenômeno ocorre também em Ef 4:8.
Sobre o entendimento dessa palestra de Jesus com seus discípulos, Mateus simplesmente declara o "fato", que, embora eles ("aos de fora" KJA) vissem o significado "natural" da história - embora eles literalmente entendessem a parábola -, eles ainda não entendiam sua significação "espiritual".
Marcos e Lucas (8:10) não afirmam o "fato", mas afirmam que ele falou com essa "intenção" - implicando que tal "era" o resultado. Tampouco havia desonestidade nisso, ou qualquer disfarce injusto. Ele, JESUS, tinha verdades para afirmar que desejava que seus "discípulos em particular" entendessem. Eles eram de grande importância para o seu ministério. Se ele os tivesse declarado clara e completamente aos judeus, eles teriam procurado tirar sua vida muito antes do que foi de fato. Ele então escolheu declarar as doutrinas de modo que, se seus corações estivessem certos, e se eles não fossem malignos e cegos, "eles poderiam tê-los entendido". Suas doutrinas ele declarou da melhor maneira possível, e não foi culpa dele por eles não o entenderem. Por pouco e pouco, ele preparou muitos dos judeus para receber a verdade; pela única maneira possível de ter acesso às suas mentes. Além disso, era inteiramente apropriado e correto dar instruções aos seus discípulos que ele não "pretendia" para os outros.
No tempo de Cristo, o povo tinha o mesmo caráter do povo dos dias de Isaías. Como este povo, eles fecharam os olhos sobre a verdade e rejeitaram o ensinamento divino. As palavras de Isaías estavam, portanto, "bem ajustadas" para expressar o caráter do povo no tempo de Cristo, como no do profeta. Nesse sentido, "ocorreu um caso que correspondia ao seu significado".
Não é de forma alguma pretendido que Isaías, quando falou estas palavras, tivesse alguma intenção de fazer qualquer referência ao tempo de Cristo. O significado em ambos os lugares é que as pessoas eram tão grosseiras, sensuais e preconceituosas, que "não" veriam a verdade, ou entenderiam qualquer coisa que fosse contrária às suas opiniões e desejos sensuais; um caso de modo algum incomum no mundo.
Para que não vejam ... - Para que não vejam sua condição perdida como pecadores, e vire e viva. A razão dada aqui por que eles não ouviram e entenderam o evangelho é que seu "coração" estava "errado". Eles "não" atenderiam às coisas que pertenciam à sua paz.
Eu deveria curá-los - deveria perdoar, santificar e salvá-los. O pecado é frequentemente representado como uma doença, e o perdão e a recuperação da alma do pecado como "cura".
20/07/19.
Leandro di Paula.