Lição 2 - Vem o Fim.

Notas de apoio para o Tópico 1 Subtópico 1

A CONSTRUÇÃO "VEIO A PALAVRA DO SENHOR A MIM".

Esta frase ("veio a palavra do SENHOR") ocorre 49x em Ezequiel.

Existem outras expressões semelhantes no que diz respeito à pronúncia da Palavra de Deus:

  • Assim diz o SENHOR;
  • Disse o Senhor; (Is 21:6, 16; Am 7:8)
  • Falou o Senhor a... dizendo: (Um hebraísmo usado para expressar a fala de outros personagens também).

A frase "Assim diz o SENHOR" usada para Deus Pai, é equivalente aos bordões de Yeshua "Em verdade te (vos) digo" e "Eu vos digo porém". 

Com esses jargões, Yeshua quer dizer que ele possui autoridade para apresentar as verdades que ele fala em seguida.

Lc 13:35 Eis que a vossa casa vos ficará deserta. E em verdade vos digo que não mais me vereis até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!

Mc 9:13 Eu, porém, vos digo que Elias já veio, e fizeram com ele tudo o que quiseram, como a seu respeito está escrito.

Somente em João temos a duplicata: "em verdade, em verdade" te digo.

O escriba em seus ensinamentos invariavelmente se referia a este e ou aquele rabino; o novo Mestre falava como alguém que possuía uma autoridade mais elevada.

O trecho "em verdade" é exatamente a famosa palavra "amém", que era um termo de afirmação forte e intensa e significa firme, confiável, seguramente. 

Para conhecer a origem da palavra "amém", assista este vídeo de nosso canal ==> https://www.youtube.com/watch?v=KQk9LKoaJXI

"Amém" reconhece o que é válido e obrigatório. O AT costumava usar "amém" no final de uma frase para confirmar as palavras anteriores e invocar seu cumprimento.

Somente o Senhor Jesus usa "Amém" no início de uma frase e, quando Ele começava dizendo "Em verdade te (vos) digo" e "Eu vos digo porém", era hora que Ele irá apresentar uma declaração de peso. " Amém" garante assim, reafirmamos mais uma vez, a verdade de Sua palavra e afirmação Sua autoridade.

Essa ideia de autoridade era compreendida por Ezequiel quando tinha uma revelação de Deus. Sendo assim, para informar para sua audiência a fonte de autoridade, o profeta disse "Veio a Palavra do Senhor a mim".

Este capítulo está repleto de repetição de frases curtas em staccato, enfatizando que o tempo de destruição é iminente. Ao ler o capítulo 7, coloque-se na plateia dos exilados que, sem dúvida, está ouvindo este intenso "sermão" para entender como eles receberam o impacto dessas palavras.

Notas de Apoio para o Tópico 1 Subtópico 2

Em nosso Tópico 1 - Subtópico2, nos é apresentado uma expressão que merece nossa atenção: "os quatro cantos da terra".

Essa expressão é usada para falar a respeito de juízo, punição ou coisas semelhantes a essas.

Quando Deus ministrava juízos sobre Israel e, até mesmo outras nações, uma das maneiras de informar tais punições e aplicação destes juízos sobre Israel e os gentios era usando a construção "espalhar pelos quatro cantos da terra" ou expressões semelhantes tais como "quatro cantos", "quatro ventos", "quatro ventos do céu".

Inclusive, é essa a tônica do verso 2 e 3:

Ez 7:2 E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor DEUS acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra.

3 Agora vem o fim sobre ti, e enviarei sobre ti a minha ira, e te julgarei conforme os teus caminhos, e trarei sobre ti todas as tuas abominações.

Para mais informações sobre essa expressão, assista nossa live "Quem são os Escolhidos de Mateus 24:31" clicando aqui para ser direcionado diretamente ao momento que tratamos dessa construção.

Notas de Apoio para o Tópico 2 - Subtópico 1

O Antigo Testamento usa substantivo קֵץ num contexto de julgamento. Por exemplo, Deus deu cabo de toda a carne (Gn. 6.13). Ezequiel igualmente fala do fim de Israel (7.2-3). Com uma negativa de fim, o reino do Messias não terá fim (Is 9.7).

Há um jogo de palavras com a palavra em questão (קֵץ - lê-se qetz) em Amós 8.2:

Am 8:2 ACF (2011) E disse: Que vês, Amós? E eu disse: Um cesto de frutos do verão (קַיִץ - Lê-se: Qayítz). Então o SENHOR me disse: Chegou o fim (קֵץ) sobre o meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.

Qual a ideia de Deus quis passar para o profeta com essa paronomásia (jogo de palavras com significados diferentes com sons parecidos) neste contexto?

O verão é a estação da colheita (corte - קָצַץ) das frutas, principalmente figos. Aliás, menciona-se o figo com a uva no AT. Quando havia escassez ou mesmo absoluta falta de figos e uvas, isso era sinal de aflição humana ou juízo divino (Sl 105:33; Jr. 5:17; 8:13; Os 2:12; Hc 3:17; Ag 2.19). Por outro lado, poder assentar-se sob a própria videira ou figueira era participar das bênçãos divinas de paz, prosperidade e segurança, tanto numa lembrança do passado (1 Rs 4.25; 5:5; há também uma referência em 1 Mac 14.12) quanto numa esperança escatológica futura (Mq 4:4; Zc 3:10).

 Quando chega o verão, essas frutas normalmente estão prontas para colheita. O Apocalipse apresenta a ceifa em contexto de juízo.

Ap 14:17 E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda.

Ap 14:18 E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da terra, porque [] as suas uvas estão maduras.

Ap. 14:19 E o anjo lançou a sua foice à terra e vindimou [as uvas] da vinha da terra, e atirou-as no grande lagar da ira de Deus.

Ap. 14:20 E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios.

Yeshua também falou de algo semelhante:

Mt 24:32 Aprendei, pois, [esta] parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão.

Mt 24:33 Igualmente, quando virdes todas estas [coisas], sabei que ele está próximo, às portas.

E quando ele chegar, trará juízo para os todos os seus inimigos.

Percebamos assim a forte ligação entre "corte - frutos do verão - fim", palavras com a mesma raiz hebraica.

É essa a ideia da palavra "fim" usada por Ezequiel no cap. 7:2.

" Um fim, o fim está chegando" não deixa dúvidas quanto à iminência e urgência da proclamação de Ezequiel. O verbo hebraico "vindo" está no tempo perfeito (ação concluída) expressando a certeza de Ezequiel de que o que ele estava prevendo aconteceria. Ezequiel repete esta mensagem de várias maneiras neste capítulo usando frases curtas e concisas, devido à relutância do ouvinte em acreditar que Jerusalém realmente cairia para invasores estrangeiros.

Notas de Apoio para o Tópico 2 - Subtópico 2

Uma característica desta profecia é a repetição. O fim chegou (Ezequiel 7:2); chegou o dia (Ezequiel 7:10); chegou a hora (Ezequiel 7:7); e a desgraça veio (Ezequiel 7:7,12). Essa repetição foi explicada por Taylor. "Isso só pode ser explicado tendo como pano de fundo a crença popular na inviolabilidade de Jerusalém. Sua destruição era inconcebível para a mente israelita. A opinião deles era que, "Enquanto Deus for Deus, o Templo de Deus e a cidade de Deus permanecerão de pé."

Por que Ezequiel repetidamente emitiria avisos semelhantes sobre "o fim"? O contemporâneo de Ezequiel, Jeremias, nos informa haver falsos "profetas... dizendo-lhes: "Não vereis espada e não tereis fome; antes, vos darei paz verdadeira neste lugar". (Jr 14:13). E novamente em Jeremias, Deus diz que esses falsos profetas ==> 

Jr 23:17 Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse: Paz tereis; e a qualquer que anda segundo o propósito do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.

Em Miqueias (que profetizou para Israel e para Judá em 750-686 a.C., mais de 100 anos antes de Ezequiel) lemos sobre o mesmo comportamento perverso e falsas profecias para os "Os seus chefes que dão as sentenças por suborno, e os seus sacerdotes que ensinam por interesse, e os seus profetas que adivinham por dinheiro." (Mq 3:11).

Um homem que morava em Long Island conseguiu um dia satisfazer uma ambição ao longo da vida comprando para si um excelente barômetro. Quando o instrumento chegou em sua casa, ele ficou extremamente desapontado ao descobrir que a agulha indicadora parecia estar presa, apontando para o setor marcado com a palavra "FURACÃO". Após sacudir o barômetro com muita força várias vezes, seu novo dono sentou-se e escreveu uma carta escaldante para a loja onde havia comprado o instrumento. Na manhã seguinte, a caminho de seu escritório em Nova York, ele enviou a carta pelo correio. Naquela noite, ele voltou a Long Island e encontrou não apenas o barômetro desaparecido, mas também sua casa

A agulha do barômetro estava certa - "havia um furacão a caminho!"

DEUS AINDA AVISA E OS VASOS FICAM DESLIGADOS. COMPLICADO VIU?

Notas de Apoio para o Tópico 2 - Subtópico 3

"E não te poupará o meu olho, nem terei piedade de ti" Ez 7:4a

Deus havia dado uma declaração semelhante anteriormente na forma de um juramento afirmando que "tão certo como eu vivo, diz o Senhor JEOVÁ, pois que profanaste o meu santuário com todas as tuas coisas detestáveis e com todas as tuas abominações, também eu te diminuirei, e o meu olho te não perdoará, nem também terei piedade" (Ez 5:11).

"mas porei sobre ti os teus caminhos, e as tuas abominações estarão no meio de ti." (Ez 7:4b).

Deus elabora explicando mais tarde "mas quanto àqueles cujo coração segue suas coisas detestáveis ​​e abominações, farei cair sua conduta sobre suas cabeças", declara o Senhor DEUS." (Ez 11:21; cf. Ez 16:43). No capítulo 23, Deus diz ao Israel adúltero: "Farei cessar a lascívia da terra, para que todas as mulheres sejam admoestadas e não cometam lascívia como você fez. E sua lascívia será recompensada (para fazer um retorno adequado, para fazer retaliação) contra você, e você sofrerá a penalidade de adorar seus ídolos; assim sabereis que eu sou o Senhor DEUS." (23:49).

O escritor de Hebreus nos lembra que Deus declarou que "Minha [é] a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.

Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo." (Hb 10:30, 31). 

Deus é longânimo, paciente, amoroso e infinitamente gracioso. 

"O Senhor não demora na sua promessa, ainda que alguns a tenham por demorada, mas é paciente para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos cheguem ao arrependimento." (2Pe3:9). 

Mas para aquele que dá as costas à graça de Deus, seja no Antigo Testamento ou no Novo Testamento, não há mais nada que Deus possa oferecer ou fazer por ele. Só resta o julgamento. E assim vemos a longanimidade de Deus finalmente se esgotar em 2 Crônicas, onde...

2Cr 36:14 Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam de mais em mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa do SENHOR, que ele tinha santificado em Jerusalém.

2Cr 36:15 E o SENHOR Deus de seus pais, falou-lhes constantemente por intermédio dos mensageiros, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação.

2Cr 36:16 Eles, porém, zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e mofaram dos seus profetas; até que o furor do SENHOR tanto subiu contra o seu povo, que [mais] nenhum remédio [houve].

Notas de Apoio para o Tópico 3 - Subtópico 1

A urgência da mensagem é expressa de forma pungente nesta profecia. A calamidade predita para a terra de Israel já está no limiar de sua realização. Não houve tempo para reflexão. A guerra é inevitável, Israel está à beira de um cerco e todo o país será arruinado.

Notas de Apoio para o Tópico 3 - Subtópico 3

O príncipe coroado Nabucodonosor liderou pessoalmente o exército babilônico no lugar de seu velho pai, em 607 a.C., e novamente, dois anos mais tarde, quando os babilônios se vingaram de suas derrotas pelos egípcios em Kimuhu, através da captura de Carquemis, após sangrenta luta corpo a corpo na cidade, no final da primavera de 605 a.C. Ele perseguiu os fugitivos até Hamate, de forma que "nenhum homem escapou para sua própria nação". "Naquele tempo" ele registrou, "ele conquistou toda a área de Hatti" (i.e. Siro-Palestina), e penetrou na fronteira egípcia para impedir mais invasões daquela origem (2Rs 24.7).

Neste tempo, provavelmente Daniel e seus companheiros foram levados cativos. A única evidência de que os babilônios entraram em Judá neste ano encontra-se em Daniel 1.1, que pode ser igualmente interpretado como se referindo aos eventos do ano seguinte. Nabucodonosor se estabeleceu em Ribla ou Cades, onde soube da morte de seu pai no dia 8 de Av (15/16 de agosto de 605 a.C.). Acompanhado de poucos amigos, ele cruzou o deserto durante 23 dias para tomar posse do trono da Babilônia no dia primeiro de Elul (5/7 de setembro de 605) sendo reconhecido como rei por toda a terra. Sua posição era forte o suficiente para encerrar sua campanha na Síria quase imediatamente e permanecer no campo até fevereiro do ano seguinte. Foi provavelmente durante esta campanha, onde ele diz ter recebido tributo de "todos os reis de Hatti", que Jeoaquim de Judá se submeteu a ele e começou uma vassalagem que duraria três anos (2Rs 24.1). Ascalom, que se recusou a se render aos babilônios, foi deposto e usado como aviso a Jeremias, com relação à rebelião (Jr 47.5-7). No ano seguinte, Nabucodonosor sitiou uma cidade incógnita na Síria e administrou alguns eventos em casa, que parecem ter envolvido seu irmão caçula, Nabu-suma-lisir.

Religião. Em suas inscrições, Nabucodonosor invoca o panteão babilônico principal e recorda sua devoção aos deuses Marduque, Nabu, Shamash, Sin, Gula e Adade, dentre outros. Nos santuários principais ele supria oferendas regulares de carne, peixe, grãos e bebida. Tal como seu predecessor, ele alegava ter tido uma imagem de sua figura real ereta "na planície de Dura'', como um memorial de seu poder e responsabilidades (cp. Dn 3.1).

Notas de Apoio para o Tópico 3 - Subtópico 4

A etimologia do nome Babel é dada como "confusão" (bābal) (Gn. 11.9), e por todo ο AT, a Babilônia é considerada o símbolo da confusão causada pela impiedade. O significado mais recorrente do nome era "portão de deus" (Babili). Não há evidência de que originalmente o nome não fosse semita. Raramente a partir de 2100 a.C., e com frequência no período neo-babilônico, a cidade era chamada de "tintirki", "vida das madeiras", possivelmente quando cercada então por bosques. Outro nome comum para a cidade era "eki", "área do canal", em virtude do papel-chave desempenhado pelo sistema local de irrigação. Sesak (Jr. 25.26; 51.41 ARC, NYI, BJ) pode se referir a uma rara escrita ideográfica do nome Babilônia, embora em geral se assuma tratar-se de um criptograma como tradução do nome Babilônia.

 Localização. A cidade da Babilônia encontra-se na terra de Sinar (Gn. 10.10) e sua localização genérica na região da Babilônia nunca foi questionada. O local exato é atualmente marcado pelas ruínas de Bâbil, Qasr, Amran ibn Ail, Merkes e Homera, bem como a aldeia moderna de Jumjummah, a cerca de 9,5 km a nordeste da cidade de Hillah e cerca de 80 km ao sul da moderna Bagdá. O rio Eufrates corre através das ruínas, que se estendem por vários quilômetros quadrados.

Identificação. Antigos viajantes procuravam identificar Babilônia com edificações remanescentes de torres de zigurates em Aqar Quf, a oeste de Bagdá, ou em Borsippa, 11 km a sudoeste de Bâbil, devido à tradição da "Torre de Babel" (Gn. 11.1-11). 

Benjamin de Tudela descreveu corretamente as ruínas sem identificação, que podem ser atribuídas primeiramente a Pietro della Valle, em 1616 d.C. Alguns dos antigos exploradores procuraram incorporar as ruínas de Borsippa dentro de uma Babilônia maior, mas tal ideia foi desmentida por inscrições. Algumas delas foram levadas para a Europa pelo abade de Beauchamp, em 1784 (d.C.) e por C. J. Rich, residente da Companhia das índias Ocidentais em Bagdá, levando assim à confirmação da identidade das ruínas com a antiga capital da Babilônia.


Leandro di Paula - 11/09/22

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