Lição 1 - Ezequiel - O Atalaia de Deus

Notas de Apoio à Lição 1 - Ezequiel - O Atalaia de Deus.

O LIVRO DE EZEQUIEL

        O ministério de Ezequiel aconteceu em um dos grandes períodos críticos da história. Seu livro apresenta uma clara descrição da definida situação histórica porque os eventos de seu dia produziram uma profunda impressão sobre Ezequiel. Ele faz alusões a eventos contemporâneos que nos são conhecidos por fontes extra bíblicas. Além de sumários gerais da história, Ezequiel refere-se a eventos históricos específicos, frequentemente datando exatamente um incidente ou um oráculo em concordância com seu sistema cronológico, o qual é baseado nos anos do cativeiro babilônico. De sua situação na Babilônia como um dos cativos, Ezequiel descreve a destruição e restauração de Israel.

       Nossa revista apresenta o livro de Ezequiel subdivido em 3 partes. Porém, se formos mais atentos, poderemos enxergar a seções neste grande livro.

      Inclusive, a grade divisória do livro mostrada abaixo foi elaborada por John MacArthur.

I. Profecias da Ruína de Jerusalém (1:1-24:27).

A. Preparação e Comissão de Ezequiel (1:1-3:27).

1. Aparição divina a Ezequiel (1:1-28).

2. Designação divina para Ezequiel (2:1-3:27).

B. Proclamação da Condenação de Jerusalém (4:1-24:27).

1. Sinais do julgamento vindouro (4:1-5:4).

2. Mensagens sobre julgamento (5:5-7:27).

3. Visões sobre abominação na cidade e no templo (8:1-11:25).

4. Explicações do julgamento (12:1-24:27).

II. Profecias de Retribuição às Nações (25:1-32:32).

A. Amon (25:1-7).

B. Moabe (25:8-11).

C. Edom (25:12-14).

D. Filístia (25:15-17).

E. Tiro (26:1-28:19).

F. Sidom (28:20-24).

A Restauração de Israel (28:25, 26).

G. Egito (29:1-32:32).

III. Provisão para o Arrependimento de Israel (33:1-33).

4. Profecias da Restauração de Israel (34:1-48:35).

A. Reconciliação de Israel à Terra (34:1-37:28).

1. Promessa de um verdadeiro pastor (34:1-31).

2. Punição das nações (35:1-36:7).

3. Propósitos de restauração (36:8-38).

4. Imagens de restauração - ossos secos e dois gravetos (37:1-28).

B. Remoção dos Inimigos de Israel da Terra (38:1-39:29).

1. Invasão de Gogue para saquear Israel (38:1-16).

2. Intervenção de Deus para proteger Israel (38:17-39:29).

C. Restabelecimento da Verdadeira Adoração em Israel (40:1-46:24).

1. Novo templo (40:1-43:12).

2. Nova adoração (43:13-46:24).

D. Redistribuição da Terra em Israel (47:1-48:35).

1. Posição do rio (47:1-12).

2. Porções para as tribos (47:13-48:35).


CRONOLOGIA DO LIVRO

O que podemos destacar do tempo cronológico do livro do profeta Ezequiel tem essa organização:

640 a.C.

Josias começa seu reinado em Judá (veja 2Rs 22-23). Livro da Lei que havia sido perdido na casa de Deus (!) Reforma.  Ezequiel era um menino durante este tempo de reformas de Josias. Tragicamente Josias é morto em batalha.


609 a.C.

Jeoacaz torna-se rei por 3 meses (2Rs 23:30-34).


608 a.C.

Jeoaquim segue como rei de Judá (2Rs 23:34-24:19).


605 a.C.

Os primeiros cativos judeus são levados para a Babilônia (Dn 1:1-2). Daniel está entre os cativos deste grupo.


598 a.C.

Joaquim torna-se rei por 3 meses (2Rs 24:17-25:7).


597 a.C.

O segundo grupo de cativos judeus são levados para a Babilônia.  Ezequiel está neste grupo de 10.000 (2Rs 24:14). Joaquim levado para o exílio.


597 a.C.

Zedequias, último rei, começa a reinar em Judá (2Rs 24:6-25:30, 2Cr 36:11ss).


593 a.C.

O ministério profético de Ezequiel começa aos 30 anos (Ezequiel 1:1).

O quinto ano do exílio de Joaquim (Ezequiel 1:2).

Os eventos nos capítulos 1-7 ocorrem durante os primeiros 14 meses.


592 a.C.

Setembro de 592 marca o início de uma série de visões (Ezequiel 8-11).

As visões incluem a contaminação do Templo e a partida da glória de Deus.

Essas visões começam 14 meses depois que Ezequiel recebeu seu chamado.

A profecia de Ezequiel consumada na partida da glória de Deus (Ez 8-11).


588 a.C.

O cerco final de Jerusalém começa e dura 18 meses (2Rs 25:1-2).

Este fato ajuda a entender os sinais de cerco e fome em Ez 4.


586 a.C.

Os babilônios destroem Jerusalém e o Templo (2Rs 25:2ss, 2Cr 36:17-21).

Isso representa a terceira e última invasão babilônica.


571 a.C.

O ministério de Ezequiel dura pelo menos 22 anos.

Primeiros 7 anos: Ele profetizou o julgamento.

Últimos 15 anos: Ele profetizou esperança e restauração.

"Ezequiel é um dos livros mais negligenciados da Bíblia". Outra razão para evitar amplamente o Livro de Ezequiel é a impressão de que seu primeiro capítulo ser extraordinariamente simbólico e bastante distante da experiência humana normal. Algumas pessoas passam um tempo considerável estudando os últimos capítulos de Ezequiel (em média, quase 25% dos sermões sobre Ezequiel são do Capítulo 37!) e as maravilhosas profecias do futuro distante que esses capítulos contêm, mas muitos deles prestam pouca atenção aos primeiros dois terços do livro. Se a chave para os primeiros trinta capítulos de Ezequiel for firmemente compreendida, todo cristão pode obter muitas bênçãos do estudo de todo o livro."

Ralph Alexander, na obra acima, observa que "Poucos livros da Bíblia usam uma variedade tão ampla de formas literárias como Ezequiel. Embora a maioria do livro seja em prosa, parte dele é poesia, mensagens de julgamento e bênção: sonhos-visões (Ezequiel 1-3; 8-11); literatura apocalíptica (Ez 37:1-14; 40-48); drama (Ez 4-5; 12); alegoria, parábola, provérbios (Ez 16:44; 18:2) e endechas fúnebres (Ez 1:19; 26-28; 32) As frequentes perguntas retóricas e frases repetitivas aumentam a vitalidade e o impulso dos oráculos.”
Ralph Alexander, na obra acima, observa que "Poucos livros da Bíblia usam uma variedade tão ampla de formas literárias como Ezequiel. Embora a maioria do livro seja em prosa, parte dele é poesia, mensagens de julgamento e bênção: sonhos-visões (Ezequiel 1-3; 8-11); literatura apocalíptica (Ez 37:1-14; 40-48); drama (Ez 4-5; 12); alegoria, parábola, provérbios (Ez 16:44; 18:2) e endechas fúnebres (Ez 1:19; 26-28; 32) As frequentes perguntas retóricas e frases repetitivas aumentam a vitalidade e o impulso dos oráculos.”

O PROFETA EZEQUIEL

Ezequiel foi um dos maiores profetas. Ele era filho de Buzi, um sacerdote da família de Zadoque (Ez 1.3); também como Zacarias (1.1; Ne 12.12, 16) e Jeremias (Jr 1.1), combinou ambos os ofícios de profeta e sacerdote, a influência levítica estando aparente nos caps. 40-48 de sua profecia. Ele foi educado em Jerusalém e talvez já tivesse começado a exercer o sacerdócio quando foi levado com outros cativos, incluindo o rei Jeoiaquim, para a Babilônia em exílio por Nabucodonosor em 597 a.C.

O problema concernente a idade em que Ezequiel foi levado para o exílio tem sido uma questão de discussão, mas é provável que ele tivesse 25 anos na época. O começo da declaração de sua profecia, "no trigésimo ano... estando eu no meio dos cativos", parece ser uma referência à sua idade no período de seu chamado ao ministério profético, o qual, no verso seguinte, é datado no "quinto ano do cativeiro do rei Jeoiaquim", que também estava entre os cativos da deportação de 597 a.C.

O chamado para abraçar o ministério profético, por conseguinte, veio a Ezequiel em 593-592 a.C. João Batista e Yeshua começaram seu ministério bíblico com 30 anos (Lc 3.23).

Como um membro da família de Zadoque, Ezequiel estava entre a aristocracia levada cativa por Nabucodonosor (2Rs 24.14). O profeta, portanto, estabeleceu a cronologia de sua profecia sobre os anos do rapto de Jeoiaquim (Ez 1.2; 33.21; 40.1). Sua última profecia datada é do ano de 570 a.C., no ano 27 do cativeiro de Jeoiaquim (29.17) e indica que Ezequiel exerceu seu ofício profético por pelo menos 22 anos, tendo sua primeira profecia anunciada em 592 a.C.


O ATALAIA

Sentinela é a palavra hebraica צָפָה (lê-se: tsaphah) que transmite a ideia de estar plenamente consciente de uma situação para obter alguma vantagem ou evitar ser surpreendido por um inimigo. A raiz carrega consigo o significado de "estar alerta" e "ativo na observação" em vez de simplesmente olhar para algo à distância. Fala literalmente de vigiar algum evento.

Mais do que qualquer palavra, descreve a característica especial da obra de Ezequiel, cuidar pessoalmente das almas individuais. Em sentido semelhante, o escritor de Hebreus enfatiza este princípio de responsabilidade dos líderes cristãos exortando o rebanho a...

"Obedeça a seus líderes e submeta-se a eles; pois eles vigiam (literalmente insônia e assim ficam acordados e vigiam) suas almas, como aqueles da quais prestarão contas. Façam isso com alegria e não com tristeza, pois isso seria inútil para vocês." (Hb 13:17).

Spurgeon comenta que "um dos artifícios de Satanás" é que "ele procura adormecer os profetas de Deus, pois ele sabe que cães mudos, dados a dormir nunca causarão nenhum dano muito grande à sua causa. Teme, pois então ele não poder tomar a cidade de surpresa; mas se ele pode colocar o vigia de Deus no sono, então ele está bem contente, e pensa que é quase tão bom ter um cristão adormecido quanto tê-lo morto: ele certamente preferiria ver ele no inferno, mas, além disso, ele está mais feliz em vê-lo balançado no berço da presunção, dormindo profundamente."

Os vigias nos tempos antigos eram sentinelas estacionados nas muralhas da cidade, no topo das colinas ou torres de vigia especialmente construídas para alertar os cidadãos do perigo. O cargo de vigia era extremamente importante porque a segurança de toda a população dependia de sua diligência no cumprimento de sua tarefa. O papel do vigia é ilustrado na seguinte passagem:

"Ora, Davi estava sentado entre às duas portas (portas da cidade) e o vigia subiu ao telhado da porta junto ao muro, e levantou os olhos e olhou, e eis um homem correndo sozinho. E o vigia chamou e disse ao rei. E o rei disse: "Se ele está sozinho, há boas notícias em sua boca". E ele se aproximava cada vez mais." (2Sm 18:24, 25; cf. 2Rs 9:18-20).

Em 2 Reis vemos outra ilustração: "Ora, o atalaia estava de pé na torre em Jezreel e viu a companhia de Jeú que vinha, e disse: "Vejo uma companhia." E Jorão disse: "Tome um cavaleiro e envie-o para encontrá-los e deixá-lo dizer: "Há paz?" (2Rs 9:17).

O vigia não devia cochilar em seu posto. O salmista ensina a futilidade de funcionar como atalaia sem o Senhor, escrevendo que "se o Senhor não guardar a cidade, o atalaia fica acordado em vão". (Sl 127:1).

Assim, eles tinham que permanecer acordados e alerta devido aos inimigos que se aproximavam e alertar sobre ataques iminentes e dar àqueles que moravam fora dos muros uma oportunidade de buscar proteção e tempo para proteger os portões e armar as defesas.

Se Ezequiel deixasse de apresentar aos israelitas a advertência divina, seria responsável pela vida deles; mas, se fielmente proclamasse a mensagem, estava livre de qualquer outra responsabilidade, não importando qual fosse a reação do povo (Ez 3.18-21). Conquanto Deus tenha sido fiel em enviar sentinelas a Israel, muitos se tornaram cegos de sua própria missão (Is 56.10). O fracasso dessas sentinelas e a rejeição dos verdadeiros atalaias foram razões fundamentais para a queda de Israel. De outro lado, os verdadeiros profetas serão as sentinelas que, antes de quaisquer outros, cantarão acerca do avanço dos novos feitos salvadores de Deus (Is 52.7-10).


FILHO DO HOMEM

Tradicionalmente o título Filho do homem foi empregado para designar a humanidade humilde de Cristo em distinção de sua natureza divina. Certamente este significado está envolvido, porém, um significado mais profundo emerge de um exame mais íntimo do seu uso.

A ocorrência mais importante da frase "Filho do homem" é encontrada em Daniel 7:13. Ali pode referir-se principalmente a uma personificação do Israel ideal ou os santos do Altíssimo (Herbert G. May, IB, V, 76), porém o significado mais profundo parece sugerir uma figura messiânica (veja Kennedy, IB, VI, 461).

Embora alguns estudiosos tracem o uso por Jesus do termo Filho do homem à literatura Apócrifa e Pseudoepígrafe, especialmente o livro de Enoque, isto é categoricamente negado tanto por Strachan quanto por Campbell. A noção de Hans Lietzmann, adotada por Wellhausen, de que o título "Filho do homem" é derivado da palavra aramaica barnash, sendo esta língua que eles presumem que Jesus falava, e a palavra significando vagamente "qualquer um" ou "todo homem", foi aplicada a Jesus na Ásia Menor na primeira metade do 2º séc., e mais tarde incorporada aos evangelhos, é categoricamente negada por Stalker e Dalman, e posteriormente admitida pelo próprio Wellhausen como indefensável (Stalker, pág. 2830).

Sobre a responsabilidade, podemos olhar para as palavras de Richards nesta obra: “Hoje é útil se pensarmos na "descrição do trabalho" de cada cristão da mesma maneira (como a de Ezequiel). Não é necessária qualificação especial para servir nossos vizinhos como vigia. Não é necessário diploma de seminário. Nem mesmo o domínio das Escrituras, ou grande profundidade espiritual. Tudo o que é necessário é a consciência de que amigos sem Cristo estão em perigo terrível - e uma voz a ser levantada para avisá-los. Não podemos garantir que qualquer indivíduo responderá. Mas se permanecemos em silêncio, carregamos alguma responsabilidade pelo destino do outro. Uma palavra de advertência a outro nos livra da culpa e pode levá-lo à vida eterna.”
Sobre a responsabilidade, podemos olhar para as palavras de Richards nesta obra: “Hoje é útil se pensarmos na "descrição do trabalho" de cada cristão da mesma maneira (como a de Ezequiel). Não é necessária qualificação especial para servir nossos vizinhos como vigia. Não é necessário diploma de seminário. Nem mesmo o domínio das Escrituras, ou grande profundidade espiritual. Tudo o que é necessário é a consciência de que amigos sem Cristo estão em perigo terrível - e uma voz a ser levantada para avisá-los. Não podemos garantir que qualquer indivíduo responderá. Mas se permanecemos em silêncio, carregamos alguma responsabilidade pelo destino do outro. Uma palavra de advertência a outro nos livra da culpa e pode levá-lo à vida eterna.”

Leandro di Paula - 03/09/22

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